quinta-feira, 18 de agosto de 2011

caminhante solitária

Mundo rodeia-me
de solidão..

quando faz frio
lembro que não sou
forte o suficiente
para suportar
o crivo
que o destino
tem me presenteado..

caminhante na
mata infinita
me lanço,

nos mangues,
gramados,
areias
desertos..

deixo marcas
dos meus
sonhadores
pés.

caminhante solitária
caminhante

Que poeta sustenta
a ausência
das palavras

em versos
desiludidos
da manifestação
de sonhar?

que romântico
não almeja
tomar vinho
a dois?

que tristeza
não se debruça
na infinita busca da
alegria?

tudo passa,
vem
e vai.

Mas a solidão,

Ahh!

a solidão
é a eterna solidão.



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

caramelo amarelo

pra sentir o prazer
do doce
é preciso
conhecer profundamente
o gosto salgado
da vida.

Sensações

cheiro doce,
sabor de vento.

vejo o infinito,
toco na matriz do tempo..
Molho meus seios
n'água cristalina,
sorrio sozinha
cruzando as esquinas.

Danço a dor
e o mar encontro

O corpo,
instrumento
das sensações
multidimensionais.


Os corpos
diversos
que Sou
transcendem
minha persona.

Emoções, espírito,
mente, essência,
consciência.

A alma e o corpo...
unidos na alquimia
do espaço e tempo.

Ardo nua
no ar
gelado

acendo
a chama
do fogo
sagrado

movimento
elementos
e desprendo músculos
travados

apanho
chaves
para um outro mundo

e neste mundo
sinto.
Sinto o segredo
guardado
na biblioteca interna
das sensações humanas.




terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ponto do ônibus

Aguardava o Cabral- Portão
e encontro um filósofo solitário
com seu avental de professor


Um simples professor
nas ruas de uma cidade
perdida no desvão
de uma era
ausente de filosofia.

O jovem professor
sonhador
falava da alma imortal
que um dia Sócrates
dizia.

E na genealogia do amor
aprendido com seus mestres ocidentais
o jovem solitário
explana seus pensamentos
a uma mulher
também solitária
em busca de
encontrar
prazer nos dias,
incoformados dias
onde a dúvida
sobre o mundo
é sua própria companhia.