terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Sangue do meu sangue


Quanto mais consciente Sou, 
mais desprendida desse mundo fico...

Isso não significa que deixarei 

de saborear a beleza e alegria 
de pisar no chão macio 
da minha mãe de criação.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Nêga avó


Café preto e doce de derreter a alma
com chimango feito de goma e água
mergulho numa infância antiga
nos quintais desse sertão
de esperança


Seu colo acalenta lembranças
e minha criança dança
em sua morada de terreiro
cheio de galinhas,
plantas e cães parceiros

Lavadeira de rio
que quase não corre
nas veias dessa terra

Sua sabedoria
Não tem pressa de viver
nem tão pouco medo de morrer
e sentir dor

Sua resistência
é minha luta
e sua alegria
é o acolhimento
de minha própria


Essa mulher
que canta
mesmo
com a seca
que devora
o carinho do marido

Do seu canto
me alimento
e admiro
seu mundo
e seu tempo

O seu canto
levarei comigo
no peito,
preta avó.

E contigo cantarei
até que a chuva
te traga de volta o rio
da consciência
de sua importância de existir.

(Jaxuka Porang)
Alto sertão da Bahia
02.08.12

sábado, 21 de julho de 2012

Nosso sentir



Partir , chegar
participar
da tua vida

Sorrir , chorar
e agradecer
por mais um dia
ao lado teu

É uma benção divina
sermos UM,
ah, sermos UM

É como o nascer do Sol
ou como o mar de estrelas
a nos guiar

O tempo nos remete
à imensidão

Solitude sim
não à Solidão

Pequenas coisas
coisas simples
repletas de Amor e Gratidão
evolução,
a evolução

É  o que nos faz
seguir em frente
e ir além

A verdadeira Luz
é se entregar
sem medo de errar e ser feliz

"Eu sou tú, tú es eu e nós somos um em nosso sentir"

(Fer Dorta e Raphael Souza)

Canto de uma Bahia esquecida


Pé na roça anuncia
corações em busca
de paz, pureza e alegria

viver com pouco
serena idade
de sonhar
a gota
do mar,
amar vida em comunidade

desejar a roça
atual sem álcool,
remédio da solidão.

carroças disputando
espaço com motoqueiros
da ilusão

a Tv é o banquete
do sonhador

o menino,
 a esperança
do avô

o pai
sai pelo terreiro de madrugada
segurando sua enxada
a procura de alecrins

O Sol
fiel companheiro
do filho da terra vermelha

absorve
gotas d' lágrima
da menina
que faz de seu
brinquedo
sua bebê no colo

A escola rural

é a escola da vida..


a vida de um povo
que vai esquecendo
como se dança
o reisado
nas rachaduras
do chão do sertão.





Núcleo (s) dos UniVers(os)


No centro do Universo
há muitos universos,
há núcleos de existência
dentro de núcleos de existência

Há consciências
que em minha memória
me faz ser você
e você eu...
e nós juntos
a consciência
de algo maior
em muitas vidas
a desvendar
no presente
da evolução.

Há universos
em versos
inversos,
reversos...
tempos, dentro de tempos,
incontáveis tempos..

Tempo.
Um filme longa metragem sem fim.

E nós aqui
contando os dias,
presos a
passagem da noite pro dia
do dia pra noite
dizendo coisas, mais coisas,
passando as horas
que equivalem anos
em outras bandas dimensionais.

O meu mundo
e o seu mundo
são pequenos
mas são grandes
na perspectiva do universo que vivemos dentro de nós.

Então pare de achar
que seu núcleo universal
está separado do Todo do Universo
e que o Universo é algo distante,
lá na Galáxia,

ou é um extraordinário
fenômeno separado
do que vivemos
em nosso próprio universo.

Somos tudo neste vasto e interminável
 núcleo de transformação..

Somos pequenas
partículas, filhos
do núcleo da Terra
em constante mudança
de percepção.

O que fazemos
para somar
nossa consciência a
todos os universos?


Haverá matéria se formos um só Universo
 em muitos núcleos de Universos?

Eu desejo estar aqui até Ser você o outro, a planta, o vale, Vênus,...
e todos os universos no Ser Supremo.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Divindade do Amor

O tempo parou,
e de agora em diante
a eternidade nos conduz.

nosso (re)encontro
reluz a ancestralidade viva
e real de poder viver
o Amor verdadeiro 
na Terra...

O presente é nosso maior presente...

Essa serenidade
postada em nossas atitudes
é o único Poder
que nos guia
em manifestos
sadios do partilhar....

em meus estados mais profundos encontro
meu coração unido ao seu
e nessa simbiose da elevação
transformamos folhas secas
em plantas vitais
no silencio de cada manhã...

Jaxuka Yamandu Porang








segunda-feira, 14 de maio de 2012

Grão

Vem, vamos planar
 no topo da montanha

Vamos sentir o
som da Selva
dentro de nós

"Bora" voar junto
no tempo eterno
de sonhar
com os pés
no chão...

você me dá sementes
e eu te faço grão

(*Jaxuka*)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Quintal

Vem passarinho vem
cantarolar no meu quintal,

Vem passarinho vem
Que eu te dou a Flor

o laço do nosso Amor.


(*Jakuka Porang*)

segunda-feira, 19 de março de 2012

Pelas crianças das estrelas

Por elas, somente por todas elas
e pela força da manifestação
do Universo.

Me apronto, me aprumo
a esse amor que sinto.

Só de me permitir pensar
que um dia poderei senti-lo
em meus braços,
aguardo a repetição dos incontáveis ciclos da Lua.
Aguardo noites e dias a sua espera.

A felicidade é como a rajada
do vento ...
são segundos de inspiração..

Se o tempo me ensina
e as crianças da Terra
nos une,
tão logo estarei pronta
para me entregar a ti
em alma, corpo e verdade.

Meu coração não me engana,
somente me apronta
para a beleza divina
da procriação..

Se for do destino celeste
contarei as estrelas
no céu, pacientemente,
até que o infinito
Amor se materialize
em meu colo
na serena melodia do Ser Supremo.

Enquanto houver a Lua
o meu Sol brilhará por ti.

Em tempos de mudança
o que me cabe é aprender
sabiamente
o dom de amar
incondicionalmente
o caminho da libertação.

E assim vou me aprontando
para ver o mundo
a partir das descobertas
que visitam meu peito
revelando segredos
do amor sem tempo.

Pode parecer sonho,
mas a realidade
é o sentimento
mais sensato que hoje vivo.

Enquanto sonho acordada,
me apronto, me aprumo..
Porque hoje é a melhor chance
de demonstrar o que sinto por você,
amado irmão das estrelas.


Umbuzeiro

Por essas andanças no sertão,
eis que encontro um cara
que faz a alegria da garotada...

em todo canto na roça
passa menino carregando na camisa
um monte do bendito fruto

Umbu é seu nome...
quando verde, azedo
quando maduro,
amarelinho e doce...

O povo todo faz a festa
pulando de umbuzeiro a umbuzeiro.
come até amortecer a língua e
toma suco pra refrescar.

De dezembro a fevereiro
esse amigo
nutre crianças com barriga d'água
estendendo a esperança
que anuncia a chegada
da chuva tão esperada.

Uns dizem Imbuzeiro,
outros umbuzeiro.
Não importa!

Esse azedume gostoso
do fruto
fica no paladar
da lembrança
de trepar no pé de umbu
e feito criança sorrir
a abundância
da natureza perfeição.



**Jaxuka**




quarta-feira, 7 de março de 2012

poética da recriação


Quando não existe palavra
que exprima o vazio do peito calejado
de uma poeta sonhadora,

existe o horizonte infinito que a aguarda...


Eis o momento de reencontrar-me
com a poética da saborosa inspiração
que devolve a mim
o gosto pela vida
neste tempo e espaço
de re-criação.