quinta-feira, 25 de agosto de 2011

João ninguém

Todos os dias,
às cinco da tarde,
João senta no banquinho
de toco para enrolar
seu cigarro de palha..

contempla o céu,
toma um golinho de café fresco
acende se palheiro
e deixa-o queimando
enquanto coça sua cabeça
embaixo do chapéu.

João, adorador
do assovio do sabiá
gosta de ficar horas
a ouvir a natureza,
a única professora
que já teve na vida.

João só sabe escrever
seu nome,
mas em sua cabeça
escreve um mundo
que vez em quando
descreve nas rodas de viola.

Esse velho amigo
é um contador
das histórias
mais bonitas
do sertão.

O velho
lavrador
conhece
mais da terra
do que um PHD
que o conhece como
João ninguém...

2 comentários:

  1. Que Belo Poema!

    Tenho muito do seu João em mim...

    A começar pelo cigarro de Palha,

    elaborado com o legítimo fumo de corda Tietê...

    Também gosto de ficar horas absorvido,

    em contemplação aos pássaros, rios e Montanhas!

    Todos temos um seu João no interior,

    uns mais, outros menos!

    Namastê/Shalom Aleichem!

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  2. Também sou João e me identifiquei com seu Poema. Também sou Contador de Histórias e adoro tocar Viola. Quanto aos pássaros, rios e montanhas são a minha alegria!!!Por tudo isto peço a permissão para dividir esta poesia contigo. Posso???
    Paz e luz!!!

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