quarta-feira, 23 de junho de 2010

Jurandir

Jurei
que não precisava ter medo.
não tive.

Me aproximei de Jurandir,
morador de rua,
que buscava um papelão para se deitar.

Em poucas palavras,
me falou sobre o amor..

a saudade de casa
e dos filhos.
me falou da fome,
da dor e da esperança.

falou pouco,
disse muito.

sorriu
e dormiu
para no dia seguinte
buscar sua identidade.

qual a identidade de Jurandir,
sozinho na cidade grande?

a identidade
que ele buscava
ter para se encontrar
era
um documento
que não documenta
a vivência
de Jurandir
no mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário